
Abertura do Congresso Medtrop lota teatro Guararapes
Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical começou neste domingo, no Recife
03/09/2018Ao som de orquestra de frevo, o 54º Medtrop recebeu os mais de três mil participantes, no Centro de Convenções de Pernambuco, no domingo à noite. A solenidade de abertura do Medtrop lotou o Teatro Guararapes e contou com uma mesa de convidados de peso: foram 15 autoridades representando diversas associações científicas do País, órgãos oficiais da Saúde nacional e de organizações internacionais. A solenidade de abertura contou ainda com o instrumentista Antúlio Madureira, que deu as boas-vindas ao público com o Hino do Elefante de Olinda, uma das mais tradicionais agremiações do Carnaval pernambucano.
A solenidade foi presidida por Sinval Brandão Filho, presidente do Medtrop e da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), que saudou a mesa e os participantes e agradeceu à comissão e aos coordenadores das reuniões satélites, pelo trabalho conjunto desde outubro de 2017 para a realização do 54º Medtrop. O Congresso Medtrop é um encontro que oferece uma oportunidade à comunidade tropicalista e de saúde pública do País para analisar grandes temas, apresentar produção científica abrangente, com ênfase nas doenças negligenciadas, emergentes e outras. Espero que este congresso ampliado, o maior de nossa historia, seja ainda um espaço de muitas articulações, disse Brandão, também diretor da Fiocruz Pernambuco.
Com aplausos efusivos do público presente, Nisia Trindade, a presidente da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), lembrou das tantas vezes que esteve no Medtrop e desta escolha oportuna pelo Recife, onde ocorreu em 2016 a tríplice epidemia da dengue. “Pernambuco conseguiu dar respostas naquela ocasião com uma equipe de especialistas multidisciplinar com um pensamento construído em conjunto com a sociedade. Nossa comunidade tropicalista tem que ter espírito público em todas as suas instituições. Num momento definitivo, em que vamos decidir os rumos do País, precisamos reafirmar nossos direitos pela saúde, educação, e a ciência?”, disse Trindade.
O Medtrop é uma ponte para integrar a pesquisa e a saúde pública, resumiu o pernambucano Jarbas Barbosa, vice-diretor da Organização Panamericana da Saúde (OPAS). “Espero que o Brasil possa viver em condições melhores de vida, com acesso a mais saúde e tecnologias, e que possamos sair deste congresso com respostas para os desafios que estas doenças impõem, entre eles sequelas que marcam as pessoas por toda a vida, disse Barbosa.
O secretário em Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde, Osnei Okumoto, ressaltou que a maior parte dos 15 trabalhos apresentados por técnicos do MS no congresso são sobre imunização em sarampo e pólio. Ele aproveitou para anunciar os últimos dados sobre a campanha nacional de vacinação. “A campanha de imunização se encerrou com 86% de cobertura e ainda precisamos chegar a 95%. Vale ressaltar que Pernambuco, que hoje recebe o Medtrop, junto com outros quatro Estados, ultrapassou a meta com registro de mais de 98% de imunizados, disse Osnei.
O motivo desta eficiência de Pernambuco na campanha de vacinação, lembrou Jarbas Barbosa (OPAS/OMS), se deve ao fato de que os postos de saúde no Recife foram abertos em horários alternativos. ?É importante lembrar que na grande maioria dos casos, são as mães que levam os filhos para vacinar. E as mães trabalham, têm jornada dupla. O horário extendido facilita muito.” O secretário de Saúde do Recife, Jailson de Barros, complementou as informações sobre a campanha na capital pernambucana, explicando que o horário alternativo foi uma demanda da própria população e que surtiu efeito.
Prêmios – A solenidade de abertura foi palco ainda de várias premiações, entre elas a Medalha Mérito Científico Carlos Chagas para pesquisador sênior da SBMT, concedida ao professor Jeffrey Jon Shaw. A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical homenageou um pesquisador na área de Leishmaniose, Edgar Marcelino de Carvalho, e outro em Doença de Chagas, o Dr Wilson de Oliveira Jr, e in memorian a Ruth Nussenweig. Além deles foram homenageados outros 37 pesquisadores, entre eles o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Amilcar Tanuri, que lamentou o incêndio ocorrido no Museu Nacional (UFRJ), no mesmo momento em que ocorria a solenidade.
A SBMT premiou ainda comunicadores científicos com os prêmios: Jornalista Tropical (3 categorias) e NHR Brasil de Jornalismo, específico sobre matérias relacionadas à hanseníase. Os jovens acadêmicos disputarão o Prêmio Jovem Pesquisador 2018 e terão ainda outras premiações: Investigadores Jovens (Instituto Mérieux e SBMT) e um especial para estudos sobre malária, intitulado de Medalha Ruth Nussenzweig. Após a entrega dos prêmios, foi servido um coquetel.
Congresso – O Medtrop2018 contará com uma programação extensa de 42 mesas-redondas, 21 palestras ou miniconferências e 11 conferências magnas. Antes do evento, serão realizados minicursos, oficinas e um fórum sobre doenças negligenciadas. Ao longo do congresso, acontecerão ainda quatro reuniões internacionais simultâneas sobre doença de Chagas e leishmanioses, malária, vetores de doenças tropicais e workshop da Rede Brasileira de Pesquisa de Tuberculose. Os temas serão apresentados por 450 convidados, sendo 30 deles de outros países.
APLICATIVO – Toda a programação do 54º Congresso Brasileiro de Medicina Tropical pode ser conferida pelo aplicativo Medtrop 2018, que pode ser baixado para Android e IOS. A ferramenta dá acesso à programação filtrada por categorias, como o Programa do Congresso, resumos dos temas livres orais e e-posters, atividades pré-congresso, programação cultural e social, Cine Medtrop, e as informações das quatro reuniões satélites, entre outros dados. Também estão disponíveis orientações aos participantes e autores de trabalhos, dicas de turismo em Pernambuco e de meios de transporte. As informações também podem ser obtidas pelo site www.medtrop2018.com.br.
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