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Congresso Medtrop supera expectativas dos realizadores

Com um total de mais de quatro mil inscritos, Medtrop2018 bateu recorde de público, com programação simultânea de 42 mesas-redondas, 23 palestras e 11 conferências

12/09/2018

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A 54ª edição do Congresso Medtrop bateu recorde de público e deixou um marco na história dos eventos da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e contou com 4763 inscritos. Desde o sábado (1º) das atividades pré-congresso, no Mar Hotel, até o encerramento, nesta quarta-feira (5), no Centro de Convenções de Pernambuco, no Recife, foram cinco dias de intensas discussões, reunindo os temas mais relevantes da área médica e acadêmica, convergindo as expetativas da sociedade com o conhecimento científico. O Medtrop 2019 será em Belo Horizonte (MG)

Com o tema “Doenças transmissíveis, predição e desafios para o enfrentamento de novas e velhas epidemias”, o Congresso reuniu a comunidade tropicalista de 13 países de quatro continentes.  Participantes da África do Sul, dos Estados Unidos, do Paraguai e França, estiveram no Recife para debater os desafios de doenças emergentes e avanços nas pesquisas em doenças tropicais e negligenciadas no Brasil e no mundo. Algumas palestras, com auditórios lotados, tiveram transmissão simultânea por videoconferência para outras salas do evento. A programação abrangente, composta por 42 mesas-redondas, 23 palestras, 11 conferências e 23 cursos, permitiu aos pesquisadores, médicos e estudantes discutir os temas mais importantes da medicina tropical. Nestes espaços, a comunidade científica apresentou avanços no tratamento, para minimizar as dores das patologias, e os desafios da transmissão por vetores, em arboviroses e demais doenças endêmicas.

Além disso o congresso avaliou, em conjunto com o poder público, a efetividade dos programas de controle e vigilância da saúde pública, no caso da reemergência de epidemias. O Medtrop teve a participação maciça de 1800 estudantes e residentes, que submeteram 4.032 trabalhos científicos, com aprovação de 3800 para apresentações orais e no formato E-poster.

“O evento superou as expectativas em números e com a programação mais abrangente da história da SBMT, o que é um marco num contexto de crise enfrentada pelo País, tanto de apoio a eventos deste porte como cortes das agências de fomento e restrição de verbas em pós-graduação nas universidades”, disse Sinval Pinto Brandão Filho, presidente da SBMT e diretor da Fiocruz Pernambuco.

Segundo ele, o congresso conseguiu reunir, desde as pesquisas de ponta sobre diagnóstico e tratamento de doenças negligenciadas e seus vetores, até a escuta e formulação das demandas dos pacientes com sequelas de doenças negligenciadas: doenças de Chagas, leishmaniose, hanseníase, esquistossomose, filariose e hepatites/HIV).

Mais de 100 representantes da sociedade civil e entidades se reuniram, no último sábado (1º), no Fórum de Doenças Negligenciadas (https://en.sbmt.org.br/forum-social-de-enfrentamento-de-doencas-infecciosas-e-negligenciadas/), para debater as reivindicações, anseios e preocupações destas patologias. As demandas foram sistematizadas numa Carta, lida durante a cerimônia de abertura do Congresso Medtrop, que lotou o teatro Guararapes, com capacidade para 2.800 pessoas, na noite do dia 2 de setembro.
Além do fórum, outras reuniões importantes ocorreram simultâneas ao congresso, no Centro de Convenções, onde foram debatidos, exaustivamente, o controle de endemias, como malária e tuberculose, em eventos da Reunião Nacional de Pesquisa em Malária e do Workshop da Rede TB.

Outros temas relevantes abordados foram o andamento de estudos sobre o vírus da Zika, associado a Síndrome Congênita em bebês, com consequências de microcefalia e problemas neurológicos; a avaliação sobre cursos de pós-graduação na área e questões das publicações em revistas científicas; além dos problemas de saneamento básico com o agravo das doenças tropicais. Acompanhe toda a cobertura do congresso Medtrop 2018, em Notícias, no site da SBMT.

O Congresso MedTrop teve o apoio da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Fiocruz, Renezika, Universidade de Pernambuco e instituições de fomento a pesquisa. Participaram como expositores Associação de Chagas/IC – PE, Instituto Trata Brasil, Médicos Sem Fronteiras, Prefeitura do Recife, Sociedade Real de Medicina Tropical e Higiene (RSTMH), entre outras instituições internacionais.