Notícias

Estudo aponta que traço falciforme oferece proteção contra casos graves de malária Study shows that sickle cell trait protects against severe malaria cases

Cientista de instituto norte-americano prevê que pesquisa pode ajudar em tratamentos futuros e até na produção vacinasScientist from a North-American institute predicts the research may help future treatments and even in vaccine production

13/05/2015

O

O chefe da Unidade de Malária Patogênese e Imunidade Humana do NIAID, doutor Rick Fairhurst, relatou que as crianças com traço falciforme apresentaram a maior redução no risco de contrair a doença

Pesquisadores norte-americanos descobriram que certos traços dos glóbulos vermelhos em crianças podem aumentar ou diminuir o risco para a malária. As evidenciações, feitas por integrantes do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, em inglês) dos Estados Unidos, podem ajudar a identificar os futuros alvos para novos medicamentos e vacinas contra a enfermidade.

O estudo foi feito entre os anos de 2008 a 2011, em Mali, país africano que tem uma alta incidência da doença. Ao todo, foram analisadas 1.543 crianças e jovens com idades entre seis meses e 17 anos. Durante todo o período da análise, foram registrados entre os pesquisados 4.091 episódios de malária.

Os cientistas que conduziram o estudo em Mali observaram que distúrbios herdados de células vermelhas no sangue, como formas anormais ou a diminuição da produção de hemoglobina (proteína no sangue responsável por transportar oxigênio), estão associados ao risco de contrair a doença.

“Nossos achados confirmam que o traço falciforme oferece proteção contra casos graves de malária. Especificamente, as crianças com traço falciforme apresentaram a maior redução no risco de contrair a doença”, afirma o chefe da Unidade de Malária Patogênese e Imunidade Humana do NIAID, doutor Rick Fairhurst.

Ele esclarece que o traço falciforme tem sido observado em áreas geográficas onde a malária é endêmica e, antes, cientistas haviam feito uma ligação entre o gene falciforme e a proteção contra a doença. No entanto, era desconhecido como essa característica afeta o risco de malária em certas faixas etárias.

Ainda de acordo com o cientista, a pesquisa mostrou que as meninas com deficiência de G6PD, uma condição genética que afeta as células vermelhas do sangue, tiveram um risco reduzido para malária. Já as crianças com traço de hemoglobina C parecem ter um risco maior.

“Esperamos que uma maior compreensão dos mecanismos por trás desses efeitos protetores ajude a prevenir ou tratar a malária. Usando parasitas e células vermelhas do sangue do nosso campo no Mali, estamos agora trabalhando para decifrar esses mecanismos de proteção. O objetivo é obter melhores tratamentos futuramente, inclusive na produção de vacinas”, acrescentou o Dr. Fairhurst.

A importância em relação à diversificação no tratamento deve-se ao fato de que, em muitos países, os parasitas que causam a doença infecciosa desenvolveram resistência a inúmeros medicamentos.

A enfermidade afeta principalmente países de clima tropical. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 90% de todas as mortes por malária no mundo ocorrem no continente africano. Desse percentual, cerca de 78% dos óbitos são de crianças com menos de 5 anos de idade.

The

The head of the Malaria Pathogenesis and Human Immunity Unit at the National Institute of Allergy and Infectious Diseases, Dr. Rick Fairhurst, reported that children with sickle cell trait presented a greater reduction in the rick to acquire the disease

North-American researchers discovered that certain traits of children’s red cells could increase or decrease the risk of malaria infection. The report, made by members of the National Institute of Allergy and Infectious Diseases – NIAID, from the USA, could assist the identification of future targets for new drugs and vaccines against the disease.

The study was conducted between 2008 and 2011, in Mali, African country with high incidence levels of the disease. At all, 1,543 children ranging from six months to 17 years of age were analyzed. During all the study, 4,091 malaria cases were reported.

The scientists in Mali observed that some disorders acquired from red blood cells, as abnormal shapes or the decrease of haemoglobin (blood protein that transports oxygen), are related to the risk of infection.

“Our findings confirmed that the sickle cell trait protects against severe malaria cases. Specifically, children with sickle cell trait presented a greater reduction of the risk of contracting the disease”, said the head of the Malaria Pathogenesis and Human Immunity at the NIAID, Dr. Rick Fairhurst.

He clarifies that the sickle cell trait is observed in geographic areas where malaria is endemic and, before, scientists had connected the sickle cell gene and the immunity against the disease. However, it was unknown how this characteristic affected the risk of malaria in certain age groups.

Still according to the scientist, the research showed that girls with G6PD deficiency, a genetic condition that affects red blood cells, presented a reduced risk for malaria. Those with haemoglobin C traits seem to have a greater risk.

“We expect a better understanding of the mechanics behind these protective effects to help prevent or treat malaria. Using parasites and red blood cells in our field in Mali, we are currently working to solve these protection mechanisms. Our goal is to achieve better treatments in the future, or even vaccine production”, complemented Dr. Fairhurst.

The importance regarding treatment diversification is due to the fact that, in many countries, the parasites that cause the infectious disease have developed resistance to numerous drugs.

The disease affects mostly tropical climate countries. The World Health Organization (WHO) estimates that 90% of all deaths by malaria in the world happen in the African continent. Out of these, 78% of the deaths are among children aging 5 years or less.