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Ações globais visam reduzir problemas de poluição intradomiciliar Global actions seek to decrease household polution problems

Mais de 4 milhões de pessoas morreram em 2012 devido à queima de combustíveis sólidos dentro de residênciasOver 4 million people died in 2012 due to solid fuels combustion inside residences

14/07/2014

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Países tropicais estão entre os que mais utilizam combustíveis sólidos. Segundo a OMS, sem uma mudança substancial na política mundial relativa ao tema, esse quadro deve permanecer praticamente inalterado em 2030

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)  divulgados este ano apontam que 4,3 milhões de pessoas – a maioria pobres e que dependem de combustíveis sólidos para cozinhar e para aquecimento – morreram em 2012 devido à poluição no interior das residências. Para tentar mudar esse cenário, diversas ações vêm sendo adotadas em todo o mundo.

O uso de lenha e fornos ineficientes produzem uma alta gama de poluentes prejudiciais à saúde, incluindo pequenas partículas de fuligem que penetram nos pulmões. A exposição é particularmente elevada entre mulheres e crianças que passam a maior parte do tempo perto das fogueiras domésticas.

A poluição do ar interior é a causa de mais da metade das mortes por infecções respiratórias agudas das crianças com menos de 5 anos de idade. O problema também gera mais de um terço das mortes prematuras por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) em adultos em países de renda baixa e média. Mulheres expostas a altos níveis de poluentes são 2,3 vezes mais propensas a sofrer de DPOC do que as que usam combustíveis mais limpos.

Outro problema apontado pela OMS é o tempo consumido para a coleta de madeira, limitando o acesso às atividades produtivas como a geração de renda e os estudos. Ainda segundo a Organização, sem uma mudança substancial na política mundial relativa ao tema, esse quadro deve permanecer praticamente inalterado em 2030.

Os países tropicais estão entre os que mais utilizam combustíveis sólidos. Na Índia, 74% da população é dependente dessas fontes de energia. Na África, 90% do desmatamento é para obter lenha para fogões. No Brasil, de todo o consumo energético residencial do País, 24,2% provém do uso de madeira, segundo o Balanço Energético Nacional 2014 .

Propostas visam mudanças

A poluição intradomiciliar é um problema que afeta cerca de 3 bilhões de pessoas e iniciativas em vários países tentam alterar esse panorama. Uma delas, apoiada pela Organização das Nações Unidas, visa distribuir 100 milhões de fogões a gás em nações em desenvolvimento na Ásia, África e América do Sul até 2020. Outro projeto em Mali, uma das localidades com o menor índice de desenvolvimento humano (IDH) do planeta, pretende diminuir o uso de madeira como fonte de energia, sendo implantado em 250 vilas do sul do país.

Propostas neste sentido também vêm sendo implementadas no Brasil. No cerrado brasileiro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apoia um projeto que beneficia direta e indiretamente 53 mil indígenas. É o fogão ecológico, que utiliza materiais de baixo custo – como areia, argila e barro – e retém o calor por mais tempo. Outra iniciativa, a Business Call to Action, pretende levar fogões a lenha eficientes ou biodigestores até 2017 a mais de 28 mil domicílios de baixa renda no País e no México.

Para o Dr. Carlos Costa, editor e Coordenador-geral das Mídias da Sociedade Brasileira de medicina Tropical (SBMT), este é um dos novos temas que a Medicina Tropical deve se envolver, pois ocorre principalmente no binômio que caracteriza os Trópicos: clima e pobreza. “Tendo como tema central de sua atuação a saúde dos povos tropicais, a Medicina Tropical deve incluir estes itens em seu escopo de agravos com os quais lida em seus congressos e em seu periódico. Assim, se você leitor, estiver envolvido com situações associadas à poluição intradomiciliar, envie notícias, comunicações, sugestões e publicações para esta newsletter, para os congressos da SBMT ou para a Revista da SBMT. Esta mesma sugestão se aplica para outros temas de saúde tropical de causas externas, tais como fome, desnutrição, favelas e violência intencional não intencional”, ressalta.

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Tropical countries are those who more use solid fuels. According to the WHO, if no substantial changes in the world policy on the theme is made, the situation should remain unchanged in 2030

Data from the World Health Organization (WHO)  reseased this year show that 4.3 million people – mostly poor and dependent of solid fuels to cook and heat – died in 2012 due to household polution. Trying to change this scenario, several actions are being applied all over the world.

The use of firewood and inefficient ovens produce a large amount of health-harming pollutants, including small soot particles that penetrate the lungs. The exposition is especially high among women and children who spend much time close to the domestic fires.

The pollution of the air inside houses is responsible for over the deaths from acute respiratory infections among children younger than 5 years. The problem is also responsible for a third of premature deaths from Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) among adults in low or average income countries. Women exposed to high levels of pollutants are 2.3 times more likely to have COPD than those who use clean fuels.

Another problem pointed by the WHO is time spend collecting wood, limiting the access to other productive activities, as income generation or study. Still according to the Organization, if no substantial changes in the world policy on the theme is made, the situation should remain unchanged in 2030.

Tropical countries are those who more use solid fuels. In India, 74% of the population relies on these sources of energy. In Africa, 90% of the deforestation is for firewood purposes. In Brazil, from all energetic consumption of the country, 24.2% is originated from wood, according to 2014 National Energetic Balance

Propositions seek changes

Household pollution is a problem for 3 billion people and initiatives in several countries attempt to change this panorama. One of these, supported by the United Nations, seeks to deliver 100 million gas ovens to developing nations in Asia, Africa and South America until 2020. Another project in Mali, a place with one of the lowest Human Development Indexes (HDI) of the planet, seeks to decrease the use of wood as an energy source, being implemented in 250 villages in the South of the Country.

Propositions like these are being implemented in Brazil. In the Brazilian cerrado, the United Nations Program for Development (UNPD) supports a project that benefits directly and indirectly 53 thousand indigenous people. It is the ecologic stove, that uses low-cost materials – as sand and clay – and retains heat for a longer period. Another initiative, Business Call to Action, intends to deliver efficient wood stoves or biodigerstors to 28 thousand low-income homes in Mexico until 2017.

For Dr. Carlos Costa, editor and Media Coordinator of the Brazilian Society of Tropical Medicine (BSTM), this is one of the new themes that Tropical Medicine must involve, once it happens mostly in the binomial that characterizes the Tropics: weather and poverty. Having the tropical peoples health as a central theme of action, the Tropical Medicine must include these items in its scope of injuries dealt in their meetings and journals. This way, if you reader, are involved with situations related to household pollution, send news, communications, suggestions and publications to this newsletters, to the BSTMs meetings of for the BSTM Journal. This same suggestion applies to other tropical health themes with external causes, such as starvation, undernourishment, slums and intended or not intended violence, highlights.