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Dr. Sheik Umar Khan morre após ser contaminado pelo Ebola enquanto coordenava ações de controle Dr. Sheik Umar Khan dies after being infected by the Ebola virus while coordinating control measures

A epidemia vitimou 1.069 pessoas, entre elas o médico Sheik Umar Khan, principal especialista em Ebola de Serra LeoaThe epidemic has killed 1.069 people, among them Dr. Sheik Umar Khan, main Ebola expert in Sierra Leone

11/08/2014

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Como o único especialista em febres hemorrágicas de Serra Leoa, ele era ciente do risco que corria e prosseguiu incansavelmente seu trabalho cuidando de mais de 100 pacientes

O vírus Ebola deixou 1.069 mortos desde o início do ano em quatro países da África, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Levantamento divulgado pela entidade em 27 de julho indicava 339 óbitos na Guiné-Conacri, 233 em Serra Leoa, 156 na Libéria e um na Nigéria. Entre as vítimas do Ebola está o médico Sheik Umar Khan que liderava os esforços de Serra Leoa para conter o surto. A propagação do vírus entre os países da África Ocidental tem sido considerável nas últimas semanas, ainda que o Ebola não seja de fácil contaminação em comparação a outras doenças infecciosas, como o H1N1. Em razão disso, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, anunciou que o surto está fora de controle, mas que pode ser contido. O risco de propagação para o Brasil é considerado baixo, de acordo com o Ministério da Saúde. Em nota divulgada no início do mês, a Pasta afirmou que não há nenhum caso suspeito ou confirmado da doença no País.

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) deseja transmitir um reconhecimento especial em memória de Sheik Umar Khan que faleceu aos 39 anos de idade em 29 de julho de 2014. Ele contraiu o vírus Ebola enquanto coordenava as ações de controle à epidemia de Ebola na Libéria.

Antes de assumir o posto, Dr. Khan era o chefe do Programa Febre de Lassa pelo governo liberiano. Além disso, atendia como médico em diversos hospitais do governo e era professor do Departamento de Medicina no Hospital Universitário onde estudou. Ele é descrito por aqueles que o conheciam como boa companhia, curioso científico, compassivo aos seus pacientes e dedicado ao trabalho.

Como o único especialista em febres hemorrágicas de Serra Leoa, ele era ciente do risco que corria e prosseguiu incansavelmente seu trabalho cuidando de mais de 100 pacientes. Dr. Khan dizia: “Profissionais de saúde estão propensos a contrair a doença porque somos os primeiros a sermos procurados pelos doentes. Mesmo com todo o kit (roupa de proteção) nós nos colocamos em risco. Eu temo pela minha vida, porque eu gosto da minha vida. E se você tem medo então deve ter o máximo de cuidado possível, estar atento e estar em guarda”.

Ele era um homem notável e admirável cuja morte choca a todos e deve nos lembrar que ele não é o único profissional de saúde a morrer tentando conter esse surto letal. Existe um movimento internacional, mas tamanha notoriedade se deve às pessoas lidando com a doença no dia a dia e que ainda não morreram. Pessoas como Sheik Umar Khan nos lembram de nossas origens como especialistas em Medicina Tropical. Além de interesses comerciais, curiosidade científica, ou outros motivos egocêntricos, existe uma forte tradição da Medicina Tropical no serviço público que deve honrar a todos nós vivos, bem como os mortos.

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As Sierra Leones only expert in hemorrhagic fevers, he was aware of the risks and continued to work tirelessly caring for more than 100 patients

The Ebola virus has killed 1.069 people since the beginning of the year in four African countries, according to the World Health Organization (WHO). A survey released by the entity in July 27 pointed to 339 deaths in Guinea Conakry, 233 in Sierra Leone, 156 in Liberia and one in Nigeria. Among the Ebola victims is Dr. Sheik Umar Khan who coordinated measures to contain the outbreak in Sierra Leone. The viruss propagation among West Africa countries has been considerable during the past few weeks, despite the Ebola is not of easy infection if compared to other infectious diseases, such as H1N1. Due to this reason, the WHOs general director, Margaret Chan, announced the outbreak is out of control, but that could be contained. The risk of propagation to Brazil is considered low by the Health Ministry. The Office announced through a public release note in the beginning of the month that there are no suspicious or confirmed cases in the Country.

The Brazilian Society of Tropical Medicine (BSTM) wishes to extend a special recognition in memorandum of Sheik Umar Khan who died at age 39 on 29 July 2014. He contracted the Ebola virus while leading Liberias effort to control the Ebola epidemic.

Prior to this assignment, Dr. Khan was head of the Lassa Fever Program for the Liberian Government. He was, in addition, an attending physician at several government hospitals and lecturer in the Department of Medicine at the University Hospital where he trained. He is described by those who knew him well as good company, scientifically curious, compassionate to his patients and dedicated to his work.

As Sierra Leones only expert in hemorrhagic fevers, he was aware of the risks and continued to work tirelessly caring for more than 100 patients. Dr. Khan is quoted as saying: Health workers are prone to the disease because we are the first port of call for those with the disease. Even with the full kit (protective clothing) we put on were at risk. Im afraid for my life, because I cherish my life. And if you are afraid then you must take the maximum precautions, stay vigilant and stay on your guard”.

He was a remarkable and admirable man whose death shocks us and should remind us that he is not the only health care worker who has died or the only one who is trying to control this deadly outbreak. There is an international mobilization, but enormous credit is due to the people working in their own day to day environment who have not died. People like Sheik Umar Khan remind us of our origins as tropical medicine specialist. In addition to commercial interests, scientific curiosity, or other self-centered motives, there is a strong tradition of public service in tropical medicine that should be honored in all of us, the living as well as the dead.