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HIV: Brasil acredita na erradicação da epidemiaHIV: Brazil believes in epidemic eradication

Há muita evidência contemporânea de que é possível erradicar a epidemia de HIV e o fim já tem uma data aspiracional: 2030There are many new evidences that it is possible to eradicate HIV and the end has an aspirational date: 2030

18/02/2014

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Há muita evidência contemporânea de que é possível erradicar a epidemia de HIV e o fim já tem uma data aspiracional: 2030

Em matéria divulgada pela Reuters, especialista da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que, epidemias concentradas de HIV, dentro de um grupo considerado de risco, pode fazer a Aids um problema impossível de se combater.

Entretanto, segundo Dr. Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DST/Aids/MS), há muita evidência contemporânea de que é possível erradicar a epidemia de HIV. “Isso não significa eliminar o vírus – por enquanto, mas eliminar sua presença de forma epidêmica”, explica o especialista ao atentar que no Brasil, a doença é classificada concentrada em populações em contexto de risco acrescido: gays, homens que fazem sexo com outros homens (HSH); trans; trabalhadoras sexuais; e pessoas que usam drogas. “Essas subpopulações apresentam prevalências de HIV mais elevadas do que entre a população geral. É preciso considerar a importância da intervenção comunitária realizada por organizações que têm acesso a estes segmentos populacionais em espaços e locais que estas populações circulam como uma das possibilidades de melhor confrontar a epidemia em seus pares”, acrescenta.

 
A participação da sociedade civil organizada na política pública é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma das características da experiência brasileira de enfrentamento da epidemia de Aids, conforme assinala Dr. Mesquita. “Sabe-se das dificuldades históricas que populações vulneráveis enfrentam no acesso e no vínculo a serviços de saúde. Isso ocorre devido a fatores, tais como estigma e discriminação; cultura dos serviços de saúde; ausência de programas de saúde integral a estes segmentos; horários de atendimento incompatíveis com o estilo de vida destas populações; entre outros fatores”, pontua o diretor de DST/Aids/MS. Segundo ele, essas são barreiras que nós e o mundo temos de superar. O especialista defende que a focalização e a intensificação das ações de diagnóstico para populações vulneráveis devem ser estratégias centrais para aumentar o impacto na qualidade de vida, na sobrevida e na redução da incidência do HIV na comunidade.

Mudando a realidade
Dr. Mesquita comenta que, embora o Brasil tenha alcançado um grande progresso na contenção da epidemia de HIV graças a diferentes estratégias de prevenção, em parceria com a sociedade civil e com a academia, ainda hoje há grupos populacionais desproporcionalmente afetados pelo HIV. “Conceitualmente sabe-se que o risco de contrair HIV é determinado por uma combinação de fatores que incluem tanto comportamentos e estilos de vida, como outros fatores sociais e estruturais”, ressalta.

Para o especialista, o Brasil tem trabalhado no sentido de fortalecer uma gama de políticas relacionadas tanto à proteção de indivíduos e da saúde pública, quanto às abordagens comportamentais, biomédicas e estruturais. “O Departamento de Aids, continua mobilizando as comunidades para que elas atuem coletivamente, garantindo que a epidemia receba uma resposta em todos os níveis da sociedade”, salienta ao reforçar que o Ministério da Saúde vem intensificando parcerias, por meio de Editais Públicos com a sociedade civil e com a academia, para ações de prevenção e de pesquisas junto a populações em contexto de maior vulnerabilidade para o HIV/Aids para garantir engajamento, protagonismo e diminuição das desigualdades.

Aposta brasileira
O diretor de DST/Aids/MS alerta que não é possível encontrar uma única solução de prevenção. “Sabemos que as estratégias precisam ter componentes tanto comportamentais quanto estruturais. As questões operacionais relativas à sustentabilidade, a população-alvo, o acesso a tecnologias de prevenção e os direitos humanos permanecerão nos nossos modelos de intervenção combinados”, avalia ao dizer não haver dúvida de que o grande alento e luz natural dos últimos cinco anos foi o tratamento como prevenção (TASP, em inglês) e por isso o País adotou o protocolo clínico de testar e tratar.

O Brasil adotou o conceito de tratamento como prevenção a partir da publicação do último protocolo de tratamento em 1° de dezembro de 2013. A partir de então, a recomendação é que o início da terapia antirretroviral deve ser estimulado para todas as PVHA, independente de seu nível de CD4, com vistas não apenas a impactos clínicos, como também a redução da transmissão do HIV no Brasil. “Grupos brasileiros e internacionais de pesquisadores estão estudando concretamente a cura da Aids, tema de grande seminário internacional na Conferência de julho de 2013, da International Aids Society (IAS), na Malásia”, lembra Dr. Mesquita ao assegurar que o fim da epidemia é possível e já tem uma data aspiracional: 2030.

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There are many new evidences that it is possible to eradicate HIV and the end has an aspirational date: 2030

In a Reuters article, an UN specialist affirms that concentrated HIV epidemics, inside groups considered to be at greater risk, can make combatting AIDS impossible.

However, Dr. Fabio Mesquita, director of the STD, AIDS and Viral Hepatitis Department of the Health Ministry (DST/AIDS/MS), there are plenty of new evidences that it is possible to eradicate the HIV epidemic. “This does not mean to eliminate the virus – for now, but eliminating its presence in an epidemic form”, explains the specialist while stressing that in Brazil, the disease is considered to be concentrated in populations of increased risk: gays, men who have sex with men (MSM), transsexuals; sexual workers; and drug users. “These subpopulations present higher HIV prevalence when compared to the general population. It is needed to consider the importance of community intervention by organizations with access to these population segments in spaces and places where these populations roam, as a possibility of better facing the epidemic in its pairs”, adds.

The organized civil society’s role in public policy is one of the principles of the Unified Health System (UHS) and one of the characteristics of the Brazilian experience when facing AIDS epidemic, as signs Dr. Mesquita. “We know about the historical difficulties the vulnerable populations face when looking for health services. This happens for a series of factors, such as stigma and discrimination; health services culture; absence of full health programs for these segments; attendance schedule incompatible to these people’s lifestyles; among other reasons”, points the DST/ADIS/MS director. According to him, these are barriers that all the world must overcome. The specialist defends focusing and intensifying diagnostic actions for vulnerable populations to be central strategies to increase the impact in life condition, survival and reducing HIV incidence in the community.

Changing the reality
Dr. Mesquita says that, despite Brazil achieving great progress containing the HIV epidemic due to different prevention strategies, in partnership with the civil society and with the academy, still today there are population groups disproportionately affected by the HIV. “In concept, we know the risk of contracting HIV is determined by a combination of factors that include both behavioral and lifestyle factors and social and structural factors”, stresses.

For the specialist, Brazil has been working in order to strengthen a range of policies related to both individual protection and public health as behavioral, biomedical and structural approaches. “The AIDS department is mobilizing the communities so they can act collectively, ensuring the epidemic has a rapid response in all of the society’s levels”, highlights while stressing the Health Ministry has intensified partnerships, through official announcements with the civil society and the academy, for prevention and research actions along with the populations in greater vulnerability for HIV/AIDS in order to ensure commitment, empowerment and inequality decrease.

Brazilian bet
The DST/AIDS/MS director alerts that it is not possible to find a single prevention solution. “We know the strategies must have behavioral and structural components. The operational issues related to sustainability, target-population, access to prevention technologies and human rights will remain in our combined intervention models”, evaluates while ensuring there is no doubt TASP was the great relief and light in the past 5 years and for this, the Country embraced the clinical protocol of testing and treating.

Brazil adopted treatment as prevention since the publication of the last treatment protocol in 12/01/13. Since then, the recommendation is to start antiretroviral therapy for all HIV patients, regardless of their CD4 levels, seeking not only clinical impacts, but reducing HIV transmission in Brazil. “Brazilian and international researchers groups are firmly studying the cure for AIDS, theme of a great international seminar in July’s conference of the International AIDS Society (IAS), in Malaysia”, reminds Dr. Mesquita while  assuring the end of the epidemic is possible and has an aspirational date: 2030.