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Grande cientista afro-português afirma que criação de vacina antimalárica, sozinha, não erradica doença na ÁfricaGrande ci

21/11/2011

Para solucionar o problema da malária na África, a futura criação de uma vacina não é a única resposta. Junto a ela, a fórmula proposta por Virgílio Estólio do Rosário, professor pleno do Instituto Higiene e Medicina tropical da Universidade Nova de Lisboa, congrega a providência de requisitos de saneamento básico, educação, controle ambiental e a integração de pesquisas científicas com os ministérios.

De acordo com o professor, o fato de a vacina ser “aguardada há décadas e de não se saber o seu custo de produção, de venda e de utilização, e mesmo do número de doses necessárias”, tornam a adoção de todas estas outras medidas preventivas “fundamentais”.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde em dezembro de 2010, 781 mil mortes em decorrência da malária foram contabilizadas, sendo 90% delas no continente africano. “Na África, as condições de vida, dita rural ou mesmo suburbana, mostram deficiente apoio sanitário em muitos países e, sobretudo nas cidades em que milhares de pessoas se refugiaram, as condições de vida saudável são reduzidas”, avalia Virgílio do Rosário.

Para defender a ideia de que “um bom programa contra a malária vai além de uma vacina”, o especialista explica a importância da união entre pesquisadores e órgãos de governos. “Um dos maiores impasses é que nem sempre a ciência produzida em laboratório, de qualidade, é devidamente transmitida aos muitos ministérios ligados ao controle da malária, que incluem a Saúde, como também a Educação, a Ciência e Tecnologia e os ministérios associados a grandes obras”. A construção de barragens para usinas, por exemplo, exercem influência sobre o habitat e, como consequência, podem provocar o aumento de mosquitos vetores da transmissão da malária.

A resistência a medicamentos antimaláricos, desenvolvida pelos protozoários parasitas, é outra dificuldade encontrada para a erradicação da doença na África e em outros continentes que ela venha a se manifestar. “A capacidade de sobreviver aos tratamentos, de base genética, pode ser transmitida a outras gerações de parasitas por meio de seus ciclos de vida. Assim aconteceu com a cloroquina, um dos melhores medicamentos antimaláricos de sempre”, explica o professor, cuja tese defendida em seu doutorado pela Universidade de Edimburgo (Escócia) foi intitulada Genetics of Malaria Parasites, Especially in Relation to Chloroquine Resistance.

Ainda que existam obstáculos na contenção da malária, Virgílio do Rosário acredita ser possível controlá-la no continente africano, a exemplo do trabalho feito no sul da Europa durante a segunda metade do século passado. Para tanto, ele reitera que “qualquer programa de controle tem de ser sustentável”, a fim de evitar a intermitência da enfermidade, sob o risco de que o seu retorno acarrete um maior número de vítimas fatais. Isso, de acordo com o professor, pode ocorrer pelo fato de a imunidade das pessoas ter sido reduzida enquanto a doença esteve contida.

Para solucionar o problema da malária na África, a futura criação de uma vacina não é a única resposta. Junto a ela, a fórmula proposta por Virgílio Estólio do Rosário, professor pleno do Instituto Higiene e Medicina tropical da Universidade Nova de Lisboa, congrega a providência de requisitos de saneamento básico, educação, controle ambiental e a integração de pesquisas científicas com os ministérios.

De acordo com o professor, o fato de a vacina ser “aguardada há décadas e de não se saber o seu custo de produção, de venda e de utilização, e mesmo do número de doses necessárias”, tornam a adoção de todas estas outras medidas preventivas “fundamentais”.

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde em dezembro de 2010, 781 mil mortes em decorrência da malária foram contabilizadas, sendo 90% delas no continente africano. “Na África, as condições de vida, dita rural ou mesmo suburbana, mostram deficiente apoio sanitário em muitos países e, sobretudo nas cidades em que milhares de pessoas se refugiaram, as condições de vida saudável são reduzidas”, avalia Virgílio do Rosário.

Para defender a ideia de que “um bom programa contra a malária vai além de uma vacina”, o especialista explica a importância da união entre pesquisadores e órgãos de governos. “Um dos maiores impasses é que nem sempre a ciência produzida em laboratório, de qualidade, é devidamente transmitida aos muitos ministérios ligados ao controle da malária, que incluem a Saúde, como também a Educação, a Ciência e Tecnologia e os ministérios associados a grandes obras”. A construção de barragens para usinas, por exemplo, exercem influência sobre o habitat e, como consequência, podem provocar o aumento de mosquitos vetores da transmissão da malária.

A resistência a medicamentos antimaláricos, desenvolvida pelos protozoários parasitas, é outra dificuldade encontrada para a erradicação da doença na África e em outros continentes que ela venha a se manifestar. “A capacidade de sobreviver aos tratamentos, de base genética, pode ser transmitida a outras gerações de parasitas por meio de seus ciclos de vida. Assim aconteceu com a cloroquina, um dos melhores medicamentos antimaláricos de sempre”, explica o professor, cuja tese defendida em seu doutorado pela Universidade de Edimburgo (Escócia) foi intitulada Genetics of Malaria Parasites, Especially in Relation to Chloroquine Resistance.

Ainda que existam obstáculos na contenção da malária, Virgílio do Rosário acredita ser possível controlá-la no continente africano, a exemplo do trabalho feito no sul da Europa durante a segunda metade do século passado. Para tanto, ele reitera que “qualquer programa de controle tem de ser sustentável”, a fim de evitar a intermitência da enfermidade, sob o risco de que o seu retorno acarrete um maior número de vítimas fatais. Isso, de acordo com o professor, pode ocorrer pelo fato de a imunidade das pessoas ter sido reduzida enquanto a doença esteve contida.