Notícias

Vice-presidente da SBMT comenta sobre a união de empresas farmacêuticas no combate de doenças tropicaisVice-presidente da

15/02/2012

Treze empresas farmacêuticas, os governos dos Estados Unidos, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos, além do Banco Mundial e da Fundação Bill & Melinda Gates anunciaram no fim de janeiro que vão iniciar um esforço para combater e erradicar pelo menos dez doenças tropicais.

A parceria do grupo com a Organização Mundial da Saúde vai doar e produzir 14 bilhões de doses de remédios nos países pobres, onde esses problemas afetam aproximadamente um bilhão de pessoas. A medida estabeleceu ainda o ano de 2020 como prazo para controlar males como a hanseníase e a Doença de Chagas.

Na opinião de Mitermayer Galvão dos Reis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, este esforço é importante para o controle dessas doenças, mas a erradicação é mais difícil, especialmente pela variedade na maneira da transmissão. “É preciso separar as doenças. Aquelas que são transmitidas do homem para o homem daquelas que tem um vetor. Mas antes de mais nada é preciso pensar em controle, já que a erradicação é muito mais difícil”.

Para ele, que também é diretor da Fiocruz na Bahia, o investimento pode ajudar bastante o tratamento da Hanseníase, por exemplo. Neste caso é mais fácil a identificação do tratamento por se tratar de uma doença que se propaga basicamente em regiões pobres, com alta incidência de população, o que facilita o desenvolvimento da bactéria que causa o problema. “Mais do que os remédios, a verdadeira necessidade é um trabalho de educação do povo e de infraestrutura do governo, para garantir condições básicas de higiene a todos e evitar a propagação dessas doenças tropicais”.

O tratamento da Doença de Chagas, que é transmitida por um intermediário (o mosquito barbeiro), além dos medicamentos, necessita de um programa de prevenção e educação da população. “O governo brasileiro já fez este tipo de ação com sucesso, mas é preciso voltar a esses locais com maior incidência da doença para analisar as condições e saber que trabalho de prevenção é melhor fazer. Pensar em erradicar é trabalhar com a hipótese de destruir todos os mosquitos barbeiros e mamíferos infectados, o que é impossível”, acrescenta Mitermayer.

Para que campanhas desse tipo tenham êxito, não basta apenas medicar, é necessário também prevenir. Mesmo que, no futuro, existam vacinas contra essas doenças, assim como contra a dengue. No caso desses males, como advertem as autoridades sanitárias, o combate pode ser feito com maior vigilância por parte da população para coibir a proliferação dos seus vetores. “Outra questão que precisa ser definida é avaliar se é melhor praticar um tratamento em massa ou se priorizar quem já tem os sintomas da doença”, avalia.

O tratamento em massa ainda gera muita polêmica. Muitos especialistas são contra pelo fato de este método permitir a criação de algumas resistências. Além de ser um modelo caro para a indústria farmacêutica, pois exige uma maior produção de remédios.

O especialista avalia que a o tratamento em massa tem vantagens, mas alguns defeitos que não podem ser esquecidos. “O problema do tratamento em massa é que é insuficiente para a complexidade das questões contemporâneas da saúde. Desta forma, deve-se, dependendo da especificidade do problema de saúde, combinar tratamento em massa com saneamento, educação e comunicação. Seriam ações articuladas e integradas”, completa.

Treze empresas farmacêuticas, os governos dos Estados Unidos, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos, além do Banco Mundial e da Fundação Bill & Melinda Gates anunciaram no fim de janeiro que vão iniciar um esforço para combater e erradicar pelo menos dez doenças tropicais.

A parceria do grupo com a Organização Mundial da Saúde vai doar e produzir 14 bilhões de doses de remédios nos países pobres, onde esses problemas afetam aproximadamente um bilhão de pessoas. A medida estabeleceu ainda o ano de 2020 como prazo para controlar males como a hanseníase e a Doença de Chagas.

Na opinião de Mitermayer Galvão dos Reis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, este esforço é importante para o controle dessas doenças, mas a erradicação é mais difícil, especialmente pela variedade na maneira da transmissão. “É preciso separar as doenças. Aquelas que são transmitidas do homem para o homem daquelas que tem um vetor. Mas antes de mais nada é preciso pensar em controle, já que a erradicação é muito mais difícil”.

Para ele, que também é diretor da Fiocruz na Bahia, o investimento pode ajudar bastante o tratamento da Hanseníase, por exemplo. Neste caso é mais fácil a identificação do tratamento por se tratar de uma doença que se propaga basicamente em regiões pobres, com alta incidência de população, o que facilita o desenvolvimento da bactéria que causa o problema. “Mais do que os remédios, a verdadeira necessidade é um trabalho de educação do povo e de infraestrutura do governo, para garantir condições básicas de higiene a todos e evitar a propagação dessas doenças tropicais”.

O tratamento da Doença de Chagas, que é transmitida por um intermediário (o mosquito barbeiro), além dos medicamentos, necessita de um programa de prevenção e educação da população. “O governo brasileiro já fez este tipo de ação com sucesso, mas é preciso voltar a esses locais com maior incidência da doença para analisar as condições e saber que trabalho de prevenção é melhor fazer. Pensar em erradicar é trabalhar com a hipótese de destruir todos os mosquitos barbeiros e mamíferos infectados, o que é impossível”, acrescenta Mitermayer.

Para que campanhas desse tipo tenham êxito, não basta apenas medicar, é necessário também prevenir. Mesmo que, no futuro, existam vacinas contra essas doenças, assim como contra a dengue. No caso desses males, como advertem as autoridades sanitárias, o combate pode ser feito com maior vigilância por parte da população para coibir a proliferação dos seus vetores. “Outra questão que precisa ser definida é avaliar se é melhor praticar um tratamento em massa ou se priorizar quem já tem os sintomas da doença”, avalia.

O tratamento em massa ainda gera muita polêmica. Muitos especialistas são contra pelo fato de este método permitir a criação de algumas resistências. Além de ser um modelo caro para a indústria farmacêutica, pois exige uma maior produção de remédios.

O especialista avalia que a o tratamento em massa tem vantagens, mas alguns defeitos que não podem ser esquecidos. “O problema do tratamento em massa é que é insuficiente para a complexidade das questões contemporâneas da saúde. Desta forma, deve-se, dependendo da especificidade do problema de saúde, combinar tratamento em massa com saneamento, educação e comunicação. Seriam ações articuladas e integradas”, completa.