Notícias

África aposta em diferentes métodos para eliminação da malária Africa is investing in different methods to eliminate malar

10/01/2013

Dr.

Autoridades de saúde estimam que, no Continente Africano, uma criança morra a cada quarenta e cinco segundos em virtude da malária

A malária é a principal causa de doença e de morte, seguida pela tuberculose, HIV e doenças diarreicas. “Este é o quadro atual de Angola”, destaca Dr. Filomeno Fortes, médico, diretor do Programa de Combate à Malária e coordenador de doenças endêmicas no país. Em 2011, cerca de 1 milhão de pessoas morreram de malária no mundo – 890 mil só na África Subsaariana. Autoridades de saúde estimam que, no Continente Africano, uma criança morra a cada quarenta e cinco segundos em virtude da malária.

O coordenador de doenças endêmicas em Angola assinala que a África Austral – e mais 16 países – tem um projeto de eliminação da malária ambicioso. “Esse projeto, chama-se: E8. Esta fase envolve quatro países que vão eliminar a malária até 2015 e outros quatro que deverão eliminá-la até 2025. Angola e Moçambique, que são países de expressão portuguesa, estão inseridos nesse projeto, infelizmente, para a meta de2025”, observa Dr. Filomeno ao citar os quatro países africanos que deverão eliminar até 2015, que são África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Botsuana.

“A África está produzindo um medicamento contra a malária que seja mais eficaz que os outros. Ele promete combater os cinco tipos conhecidos da doença com um único comprimido, tomado uma só vez”, revela o coordenador de doenças endêmicas em Angola que aposta na nova droga para combater a malária. Dr. Filomeno explica que a maioria dos medicamentos utilizados atualmente é de 24 comprimidos, para o tratamento do adulto, o que faz a população abandoná-lo precocemente.

“Por outro lado, já temos evidência de resistência às amizininas, medicamento utilizado hoje”, adianta o especialista que acredita que nos próximos dois anos esse medicamento vai permitir o tratamento com a utilização de menos comprimidos, gerando maior adesão e eficácia. “A expectativa é ficarmos mais tranquilos em relação à redução da mortalidade por malária nos próximos cinco anos, no Continente”, salienta ao comentar que alguns pesquisadores apostam que com a nova tecnologia, em duas ou três décadas, será possível erradicar a malária em todo o mundo.

Recém-nomeado secretário-geral da Federação Internacional de Medicina Tropical (IFTM), Dr. Filomeno defende que sua indicação melhore a atuação da Sociedade Angolana de Medicina Tropical. “Ela foi criada recentemente, inclusive contou com o apoio da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e do professor Dr. Cláudio Ribeiro, membro fundador da nossa sociedade”, comenta. Segundo ele, sua nomeação deve facilitar contatos que permitirão que haja mais parceria, principalmente, Sul/Sul, bem como ajudará o Ministério da Saúde de Angola a traçar e implementar políticas estratégicas.

Dr. Filomeno diz que o Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária (ICTMM), realizado em setembro, no Brasil, foi fundamental para conhecer novas experiências capazes de dinamizar as várias áreas de pesquisas. “Temos uma grande carência de quadros na área de doenças transmissíveis”, reconhece.

Desafios e projetos
O especialista afirma que existem vários projetos, atualmente, em andamento. “Um muito interessante e que é uma preocupação para Angola, como para a maioria dos países africanos, é que todos os casos de febre no Continente são considerados malária. Há pouca capacidade de se fazer diagnóstico de outras doenças que também provocam febre”, atenta.

O coordenador de doenças endêmicas do país explica que Angola está pesquisando diagnósticos diferenciados para doenças como dengue, leptospirose, rotavírus, e um vírus chamado Chikungunya. Este vírus de nome estranho, da família do mosquito transmissor da dengue, predomina na África, e até o momento não há capacidade nem de diagnóstico e muito menos de manipulação dos doentes. “Este é um projeto interessante”, avalia.

Outro projeto que Dr. Filomeno realça como de grande relevância é a utilização da Rede Telemóvel para a gestão e monitoramento da malária e de outros programas. “Essa iniciativa também permitirá salvar vidas. Ela vai funcionar em rede, então em vez de ter computadores espalhados por aldeias – que é complicado, caro e ainda não temos capacidade para isso – um celular com um software adaptado com uma base de dados permite que a pessoa no terreno lance os dados a qualquer momento”, assegura ao apontar que os dados são captados em vários níveis, tanto das províncias quanto central, para que haja uma reposta imediata à situação.

Brasil tem meta para eliminar malária
A malária é um problema também no Brasil. A Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou que o país deve reduzir a incidência da doença até2015. Aprevisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Brasil é de que a doença seja reduzida entre 50% e 75% nos próximos três anos, com o risco de que fique abaixo da meta. Apenas três países na América Latina – Venezuela, Guiana e República Dominicana – registraram resultados piores que o Brasil.

Dr.

Health officials estimate that in Africa a child dies every 45 seconds due to malaria

Malaria is the leading cause of illness and death, followed by tuberculosis, HIV and diarrheal diseases. “This is the current situation in Angola”, says Dr. Filomeno Fortes, director of the Program to Combat Malaria and coordinator of endemic diseases in the country. In 2011, about one million people died of malaria in the world – 890,000 in Sub-Saharan Africa alone. Health officials estimate that in Africa a child dies every 45 seconds due to malaria.

The doctor highlights an ambitious project to eliminate malaria: “This project is called E8. The current phase involves four countries that will eliminate malaria by 2015 and another four that should eliminate it by 2025. Angola and Mozambique, which are Portuguese-speaking countries, are included in this project, unfortunately, for the target of 2025”. The four African countries that will eliminate the disease by 2015 are South Africa, Namibia, Swaziland and Botswana.

“Africais producing an anti-malaria drug that is more effective than the others. It will fight the five known types of the disease with a single tablet, taken just once”, says Filomeno. He explains that most drugs currently used involve taking 24 tablets, for the treatment of adults, which results in early abandonment of the medication.

“Furthermore, we have evidence of resistance to amizininas, a medicine that is currently in use”, says the expert. He believes that over the next two years this new medication will enable treatment with the use of fewer pills, leading to greater compliance and efficacy. “The expectation is that we will see a reduction in mortality from malaria over the next five years inAfrica”. He says that some researchers forecast that this new technology will lead to the worldwide eradication of malaria within two to three decades.

Recently appointed as secretary general of the International Federation of Tropical Medicine (IFTM), Dr. Filomeno argues that his appointment will improve the performance of the Angolan Society of Tropical Medicine. “It was created recently, and counted on the support of the Brazilian Society of Tropical Medicine (SBMT) and Professor Dr. Cláudio Ribeiro, founder member of our society”, he says. According to him, his nomination should help form partnerships, mainly between South America and southern Africa, and will also assist the Ministry of Health ofAngolato design and implement strategic policies.

Dr. Filomeno says that the International Congress of Tropical Medicine and Malaria (ICTMM), held in September, inBrazil, was crucial for learning about new experiences that can propel the various research areas. “We have a great shortage of professionals in the field of communicable diseases”, he acknowledges.

Challenges and projects
The expert says there are several projects currently in progress, such as one to differentiate viruses that cause fever. “This is a very interesting project. InAngola, as in most African countries, nearly all cases of fever on the mainland are considered to be malaria. There are not enough resources to make a differential diagnosis with other diseases that also cause fever”.

The national coordinator of endemic diseases explains that Angolais researching various diagnostic methods for diseases such as dengue, leptospirosis, rotavirus, and a virus called chikungunya. There is currently no capacity inAfricato diagnose or treat chikungunya, which is transmitted by Aedes mosquitoes.

Another project that Filomeno highlights is the use of the mobile phone network to manage and monitor malaria and other programs. “This initiative will save lives […] Instead of computers scattered across villages (which is complicated and expensive), an adapted cell phone connected to a database enables the person on the ground to upload data at any moment”, he says. Data can be captured from any location, so that there is an immediate response to the situation.

Brazil

aims to eliminate malaria
Malaria is also a problem in Brazil. The United Nations (UN) has stipulated that the country must reduce the incidence of the disease by 2015. The World Health Organization (WHO) predicts that malaria in Brazil will be reduced by between 50% and 75% over the next three years, but there is a risk it will miss this target. Only three countries in Latin America – Venezuela, Guyana and the Dominican Republic – recorded worse results than Brazil.